segunda-feira, 25 de março de 2013

Lição 3 - Fp, Cl, 1e2Ts, 1e2Tm, Tt e Fm

Epístola aos Filipenses

Autor, data e lugar da escrita
A igreja primitiva era unânime no testemunho de que Filipenses fora escrita pelo apóstolo Paulo (1.1). A própria carta revela sinais de autenticidade, pois as inúmeras referências pessoais ao autor estão de acordo com o que conhecemos a respeito dele nos demais livros do NT.
A carta foi escrita por Paulo na prisão (1.13-14). Alguns estudiosos crêem que essa prisão ocorreu em Éfeso, 53-55 d.C.; outros o situam em Cesaréia, 57-59 d.C. Porém, a melhor evidência, é que a escreveu quando esteve preso em Roma, 61 d.C. Atos 28.14-31 relata bem o que aconteceu nesse período. Paulo esteve em prisão domiciliar, por dois anos, tendo liberdade para compartilhar sua fé através de cartas, bem como receber visita de amigos.

Propósitos
Paulo escreve a epístola com o intuito de agradecer aos filipenses a oferta enviada, por motivo de sua detenção (1.5; 4.10-19). Na sequência trata assuntos, como:
(1) descrição das circunstâncias em que estava vivendo (1.12-26; 4.10-19);
(2) encorajamento dos filipenses a se manterem firmes diante da perseguição e a se alegrar apesar das circunstâncias (1.27-30; 4.4).
(3) Exortação à humildade e à unidade (2.1-11; 4.2-5).
(4) Recomendar Timóteo e Epafrodito à igreja de Filipos (2.19-30) e
(5) Advertir os filipenses contra os judaizantes (legalistas) e os antinomistas (libertinos) entre eles. (cap.3).

Destinatários
A cidade de Filipos foi assim chamada em homenagem ao rei Filipe II da Macedônia, pai de Alexandre Magno. Era uma colônia romana próspera, e isso significava que os cidadãos eram também cidadãos de Roma. Tinham orgulho de ser romanos (At 16.21), vestiam-se como romanos e muitas vezes falavam latim. Paulo, sem dúvida, neste contexto se referiu à cidadania celestial dos cristãos (3.20,21). Muitos dos filipenses eram militares aposentados que tinham recebido doações oficiais de terras na região e, por sua vez, serviam de presença militar nesta cidade da fronteira. O fato de Filipos ser colônia romana talvez explique por que não havia judeus ali suficientes para a criação de uma sinagoga e também porque Paulo não cita o AT na carta.

Características
1.    Não contém nenhuma citação do AT
2.    É uma carta missionária de agradecimentos, em que Paulo presta um relatório do seu trabalho.
3.    Defende vigorosamente idéias de viver cristão: humildade (2.1-4); prosseguimento para o alvo (3.13,14); falta de ansiedade (4.6); capacidade para fazer todas as coisas (4.13).
4.    Destaca-se como carta da alegria do NT; a palavra “alegria” aparece 16 vezes no texto.
5.    Contém um dos trechos cristológicos mais profundos do NT (2.5-11).
Epístola aos Colossenses

Autor, data e lugar de composição
A igreja primitiva autentica a autoria de Paulo. No séc. XIX, no entanto, alguns pensaram que a heresia refutada no cap. 2 era o gnosticismo do séc. II d.C. Porém, numa análise cuidadosa do cap. 2, observa-se que a heresia ali referida é menos desenvolvida que o gnosticismo dos mestres gnósticos principais do séculos II e III. Em consequência, não podemos datar Colossenses no século II, período tardio demais para que Paulo tenha escrito a carta. Pelo contrário, a carta deve ser datada durante a primeira prisão de Paulo em Roma (At 28.16-31).
Alguns defendem a idéia que o apóstolo escreveu a epístola quando estava aprisionado em Éfeso ou Cesaréia, porém a maior parte  das evidências favorece Roma como lugar em que ele teria escrito todas as “cartas da prisão” (Efésios, Filipenses, 2 Timóteo e Filemon). Colossenses deve ser datada em 60 d.C., no mesmo ano que Efésios e Filemon.


Colossos: a cidade e a igreja
Alguns séculos antes da missão de Paulo, Colossos tinha sido uma cidade importante na Ásia Menor (atual Turquia). Localizava-se no rio Lico e na grande rota comercial entre o leste e o oeste, que ia desde Éfeso, no mar Egeu, até o rio Eufrates. Já no séc. I d.C., Colossos tinha-se reduzido a uma cidade comercial de segunda categoria, superada pelas cidades vizinhas de Laodicéia e Hierápolis (4.13).
O que deu importância a Colossos no NT, no entanto, foi o fato de que, nos três anos de ministério de Paulo em Éfeso, Epafras tinha sido convertido e levara o evangelho à cidade (1.7-8; At 19.10). A igreja que daí surgiu passou a ser alvo de ataques heréticos, o que levou à visita de Epafras a Paulo em Roma, e à redação da epístola aos colossenses.

A Heresia colossense
Paulo não declara expressamente o falso ensino a que se opõe na carta aos colossenses. A natureza da heresia deve ser inferida das declarações que fez em oposição aos falso mestres. Uma análise de sua refutação leva a crer que a heresia era diversificada em sua natureza. Alguns dos elementos desses ensinos eram:
1.    Cerimonialimo: mantinha regras severas a respeito dos tipos permissíveis de comida e bebida, das festa religiosas (2.16-17) e da circuncisão (2.11; 3.11).
2.    Ascetismo. “Não manuseie!” “Não prove!” “Não toque” (2.21 e 23).
3.    Adoração a anjos (2.18).
4.    Depreciação de Cristo. Subentendia na maneira de Paulo ressaltar a supremacia de Cristo. (1.15-20; 2.2-3,9).
5.    Conhecimentos secretos. Os gnósticos gloriavam-se disso (2.18 e o realce que em 2.2-3 Paulo dispensa a Cristo: “ e em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento”).
6.    Dependência da sabedoria e da tradição humana. (2.4,8).

Esses elementos parecem classificar-se em duas categorias: judaica e gnóstica. É provável, portanto, que a heresia colossense fosse uma mistura de uma forma extrema do judaísmo e de uma etapa inicial do gnosticismo.



Propósito e tema
O propósito de Paulo é refutar a heresia colossense. Para alcançar esse alvo, exalta Cristo como a própria imagem de Deus (1.15), Criador (1.16), sustentador preexistente de todas as coisas (1.17), cabeça da igreja (1.18), primeiro a ser ressuscitado (1.18), plenitude da deidade em forma corpórea (1.19; 2.9) e reconciliador (1.20-22). Cristo, portanto é totalmente satisfatório. Recebemos a plenitude em Cristo (2.10). Em contrapartida, a heresia colossense era totalmente insatisfatória. Era uma filosofia vazia e enganadora (2.8), sem a mínima capacidade de refrear a antiga natureza pecaminosa (2.23).
O tema de colossenses é a total suficiência de Cristo, em oposição ao vazio da mera filosofia humana.



1 Epístola aos Tessalonicenses


Antecedentes das cartas aos tessalonicenses
É proveitoso traçar a localização de Paulo e de seus companheiros no que diz respeito à correspondência  com os tessalonicenses. As viagens em questão são as seguintes:
1.    Paulo e Silas fugiram de Tessalônica para Beréia (At 17.10). Como Timóteo não é mencionado, é possível que tenha continuado em Tessalônica ou voltado a Filipos, depois reencontrando-se com Paulo e Silas em Beréia (At. 17.14).
2.    Paulo fugiu da perseguição em Beréia  e foi para Atenas, deixando Silas e Timóteo. (At 17.14).
3.    Paulo mandou instruções de volta, para que Silas  Timóteo fossem até ele em Atenas (At 17.15).
4.    Timóteo reencontrou-se com Paulo em Atenas e foi mandado de volta a Tessalônica (3.1-15). Como Silas não é mencionado, acredita-se que tenha voltado a Filipos quando Timóteo foi até Tessalônica.
5.    Paulo seguiu em direção a Corinto (At 18.1)
6.    Silas e Timóteo chegaram até Paulo em Cortino (3.6; At 18.5).
7.    Paulo escreveu 1Tessalonicenses e enviou à igreja.
8.    Cerca de seis meses mais tarde (51-52 d.C.) enviou 2 Tessalonicenses, depois de ter recebido mais informações a respeito da igreja ali.


Autor, data e lugar de composição
Existem várias provas (1.1; 2.18) de que Paulo tenha escrito 1 Tessalonicenses em Corinto. Os escritores da igreja primitiva concordam entre si quanto a isso, havendo testemunhos escritos nesse sentido a partir de 140 d.C.. As características conhecidas de Paulo ficam evidenciadas na epístola (3.1-2,8-11 comp. Com At 15.36; 2Co 11.28). Alusões históricas no livro condizem com a vida de Paulo relatada em Atos e nas sua cartas (2.14-16 comp. At 17.5-10; 3.6 comp. Com At 17.16). Diante de tantas evidências, poucos chegaram a rejeitar sua autoria.
É geralmente datada em 51. D.C. Uma confirmação disso foi achada em Delfos, na Grécia, que data o proconsulado de Gálio (51-52) e assim coloca na mesma data a presença de Paulo em Cortino (At 18.12-17).


Tessalônica: a cidade e a igreja
Era uma cidade portuária muito movimentada na extremidade interior do golfo Termaico. Era um centro importante para as comunicações e o comércio, localizado na junção entre a grande Via Egnácia e a estrada que levava ao Danúbio, no norte. Sua população totalizava cerca de 200 mil pessoas, sendo assim a maior cidade da Macedônia. Era capital da província.




A situação histórica da igreja de Tessalônica acha-se em At 17.1-9. Como Paulo começou o ministério ali na sinagoga, é razoável supor que na nova igreja houvesse alguns judeus. Entretanto 1.9-10; At 17.4 parecem mostrar que a igreja era composta na maior parte de gentios.

Propósitos
Paulo tinha saído rapidamente de Tessalônica (17.5-10) após uma permanência breve. Os convertidos recentes do paganismo (1.9) ficaram, portanto,  com pouco apoio externo em meio à perseguição. O propósito de Paulo ao escrever a epístola era incentivar os novos convertidos nas provações (3.3-5), dar-lhes instrução a respeito do viver piedoso (4.1-8), conclamar alguns a não negligenciar o serviço diário (4.11-12) e oferecer certeza a respeito do futuro dos cristãos que morrem antes da volta de Cristo.

Tema
Embora existam vários propósitos na epístola, a escatologia (doutrina das últimas coisas), parece predominar nas duas epístolas aos tessalonicenses. Cada capítulo de Tessalonicenses termina com uma referência à segunda vinda de Cristo, dando o cap. 4 mais atenção ao assunto (1.9-10; 2.19-20; 3.13; 4.13-18; 5.23,24). A segunda vinda, portanto, parece permear a carta e, em certo sentido, pode ser considerada seu tema. As duas são muitas vezes denominadas de “epístolas escatológicas” de Paulo.


2 Epístola aos Tessalonicenses

Autor, data e lugar de composição
A autoria paulina de 2 Tessalonicenses tem sido mais colocada em dúvida do que a da primeira epístola. As objeções baseiam-se em fatores internos mais que em alguma insuficiência das declarações dos pais da igreja. Pensa-se que há diferenças no vocabulário (dez palavras não empregadas em nenhum outro lugar), no estilo (bastante formal) e na escatologia (a doutrina do “homem da iniqüidade” não é ensinada em nenhum outra parte). No entanto, uma maioria de estudiosos sustenta a autoria paulina da epístola.
Por causa da semelhança com 1 Tessalonicenses deve ter sido escrita pouco tempo (talvez 6 meses) após a primeira carta. A situação da igreja parecia então bem semelhante. É provável que Paulo a tenha escrito (1.1; 3.17) em 51-52 d.C. em Corinto depois de Silas e Timóteo terem voltado da entrega de 1 Tessalonicenses.

Propósito
Como a situação da igreja em Tessalônica não tinha experimentado mudança considerável, o propósito de Paulo ao escrever é bem semelhante ao propósito que tinha na primeira carta à igreja. Escreve:
1.    Para encorajar os crente perseguidos (1.4-20);
2.    Para exortar os tessalonicenses a ficar firmes e a trabalhar pelo sustento próprio (2.13-3.15) e
3.    Para corrigir um entendimento errôneo com respeito à segunda vinda do Senhor (2.1-12).

Tema
Assim como 1 Tessalonicenses, essa carta trata em grande medida da escatologia. Na realidade, em 2 Tessalonicenses, 18 de 47 versículos (38%) tratam do assunto.



1 Carta à Timóteo

Tanto na tradição da igreja primitiva quanto as saudações nas próprias cartas pastorais confirmam Paulo como autor. Algumas objeções têm sido feitas em anos recentes, com base no vocabulário e no e estilo que, não seriam próprios de Paulo, mas ainda há provas convincentes da autoria paulina.


Antecedentes e propósitos
Durante a quarta viagem missionária, Paulo dera ordens a Timóteo para que cuidasse da igreja de Éfeso (1.3) enquanto o próprio Paulo seguiria viagem à Macedônia. Quando tomou consciência de que talvez não voltasse a Éfeso no futuro próximo (3.14,15), escreveu essa primeira carta a Timóteo para explicar com maiores detalhes a incumbência que dera ao jovem assistente (1.13,18) de refutar os falsos ensinos (1.3-7; 4.1-8; 6.3-5,20-21) e supervisionar os assuntos da igreja de Éfeso, que estava em estado de desenvolvimento: o culto na igreja (2.1-15) e a nomeação de líderes eclesiásticos qualificados (3.1-13; 5.17-25).
Um problema de vulto na igreja de Éfeso era uma heresia que combinava entre si o gnosticismo (2148), o judaísmo decadente (1.3-7) e o falso ascetismo (4.1-5).


Data
1 Timóteo foi escrita algum tempo depois dos acontecimentos de At 28 (63-65), pelo menos oito anos após a permanência de Paulo em Éfeso, por três anos. (At 19.8,10; 20.31).


Destinatários
Como mostra a saudação (1.2), Paulo está escrevendo a Timóteo, natural de Listra (atual Turquia). O pai de Timóteo era grego, ao passo que a mãe era uma judia cristã (At 16.1). Desde a infância, Timóteo era instruído no AT (2Tm 1.5; 3.15). Paulo o chamava “meu verdadeiro filho na fé” (1.2), tendo-o levado a Cristo, talvez, durante a primeira visita a Listra. Na ocasião da segunda visita, Paulo convidou Timóteo para acompanhá-lo nas viagens missionárias e o circuncidou para que a ascendência grega não fosse empecilho no trabalho entre os judeus (At 16.3). Timóteo compartilhou da evangelização da Macedônia e da Acaia (At 17.14-15; 18.5), permanecendo com Paulo boa parte do longo ministério de pregação em Éfeso (At 19.22). Viajou com Paulo de Éfeso até a Mecedônia, depois a Corinto, de volta à Macedônia e depois à Ásia Menor (At 20.1-6). Parece até mesmo ter acompanhado Paulo na viagem a Jerusalém. Esteve com Paulo durante a primeira prisão do apóstolo. (Fp 1.1; Cl 1.1; Fm 1).
Após a soltura de Paulo (após relato de At 28), Timóteo voltou a viajar com ele, mas acabou ficando em Éfeso para lidar com problemas ali, e Paulo continuou viagem até a Macedônia. Percebe-se a intimidade que Paulo tinha com Timóteo e a admiração por ele quando Paulo o inclui como um dos remetentes de seis das suas cartas (2Co, Fp, Cl, 1e2Ts e Fm) e quando se refere a ele com elogios diante dos filipenses (Fp 2.91-22).No fim da vida de Paulo, pediu que Timóteo fosse encontrar-se com ele em Roma (2Tm 4.9,21). Segundo Hb 13.23, o próprio Timóteo foi preso e posteriormente solto não se sabe se em Roma ou em outro lugar.
Timóteo na era apóstolo, e provavelmente não era bispo, tendo em vista que recebeu instruções a respeito dos bispos (3.1-7; 5.17-22). Talvez seja melhor considerá-lo representante apostólico, delegado para levar adiante uma tarefa especial (Tt 1.5).


2 Carta à Timóteo


Autor, data e antecedentes
Depois que foi liberto da prisão em Roma em 62-63 d.C. (At 28) e depois da quarta viagem missionária, durante a qual escreveu 1 Timóteo e Tito, Paulo voltou a ser preso no reinado do Imperador Nero, 66-67 d.C. Foi durante esse tempo que escreveu 2 Timóteo. Ao contrário de seu primeiro encarceramento, em que morava numa casa alugada (At 28.30), agora padecia, agora padecia numa masmorra fria (4.13), acorrentado como um criminoso comum (1.16; 2.9). Seus próprios amigos tiveram dificuldade de descobrir onde estava detido (1.17). Paulo sabia que sua obra tinha sido concluída e que sua vida estava quase no fim (4.6-8).


Motivos para escrever
Paulo tinha três razões para escrever a Timóteo nessa ocasião:
1.    Sentia-se solitário. Figelo, Hermógenes, “todos da Província da Ásia (1.15), e Demas (4.10) o tinham abandonado. Crescente, Tito e Tíquico tinham viajado (4.10-12), e somente Lucas estava com ele (4.11). Paulo desejava muito que Timóteo fosse também ficar com ele. Timóteo era seu “cooperador” (Rm 16.21), que, “como um filho ao lado de seu pai”, tinha servido em estreita cooperação com Paulo (Fp 2.22; 1Co 4.17). A respeito dele, Paulo pôde dizer: “Não tenho ninguém como ele” (Fp 2.20). Paulo ansiava por Timóteo (1.4) e duas vezes lhe pediu para vir logo a seu encontro (4.9,21).
2.    Paulo estava preocupado com o bem-estar das igrejas nesse período de perseguição sob o reinado de Nero e admoesta Timóteo a guardar o evangelho (1.14), a perseverar nele (3.14), a continuar pregando-o (4.2) e, se necessário fosse, a sofrer por ele (1.8; 2.3).
3.    Queria escrever à igreja de Éfeso por meio de Timóteo.



Carta à Tito

Autor
O autor é Paulo.

Destinatário
A carta é endereçada a Tito, um dos convertidos de Paulo (1.4) e excelente ajudador em seu ministério.Quando Paulo partiu para Antioquia para debater o seu evangelho (2Tm 2.8) com os líderes de Jerusalém, levou Tito consigo (Gl 2.1-3); a aceitação de Tito (um gentio) como cristão sem ser circuncidado vindicou a tomada de posição de Paulo ali (Gl 2.3-5). Supõe-se que Tito, que não é mencionado em AT (embora o seja 13 vezes no restante do NT), trabalhava com Paulo em Éfeso durante a terceira viagem missonária. Dali, o apóstolo o enviou a Corinto para ajudar aquela igreja em sua obra .
Depois de Paulo ser solto de seu primeiro aprisionamento em Roma (At 28), ele e Tito trabalharam por um breve período em Creta (1.5), e em seguida ele comissionou Tito para permanecer ali como representante e completar alguns trabalhos necessários (1.5; 2.15; 3.12-13). Paulo pediu que Tito se encontrasse com ele em Nicópolis (no litoral oeste da Grécia) depois de chegar a Creta um substituo na obra (3.12). Posteriormente, Tito foi em missão à Dalmácia (região da antiga Iugoslávia, atual Eslovênia, Croácia e Bósnia, e essas são as últimas notícias que temos a respeito dele no NT. Considerando as tarefas a ele destinadas, era um líder de inegável capacidade e com muitos recursos.


Creta
Creta, a quarta maior ilha do Mediterrâneo, fica diretamente ao sul do mar Egeu. (experiências de Paulo ali  ver At 27.7-13). Nos tempos do NT, a vida em Creta tinha-se degradado, chegando a um nível moral deplorável. A desonestidade, a glutonaria e a preguiça dos seus habitantes eram conhecidas de muitos (1.12).


Ocasião e propósito
Segundo parece, Paulo introduziu o cristianismo em Creta quando ele e Tito visitaram a ilha; depois disso, deixou Tito ali para organizar os convertidos. Paulo enviou a carta junto com Zenas e Apolo, numa viagem que incluía Creta no itinerário (3.13), a fim de dar a Tito autorização e orientação para enfrentar a oposição (1.5; 2.1,7,8,15; 3.9), instruções a respeito0 da fé e da conduta e advertências a respeito dos falsos mestres. Paulo também informou Tito a respeito dos seus planos futuros para ele (3.12).


Lugar e data da composição
É possível que Paulo tenha escrito a carta na Macedônia, pois ainda não chegara a Nicópolis (3.12). Acarta foi escrita após sua soltura do primeiro encarceramento em Roma (At 28), provavelmente entre 63 e 65 d.C. – ou talvez em data posterior, caso tivesse escrito após sua presumida viagem à Espanha.




Características próprias da carta
De relevância especial, considerando a natureza da heresia cretense, são os reiterados realces à questão de “fazer boas obras” (1.16; 2.7,14; 3.1,8,14) e os resumos clássicos da doutrina cristã (2.11-14; 3.4-7).



Carta à Filemom

Autor, data e lugar de composição
Foi Paulo quem escreveu essa pequena carta (vs. 1,9,19), provavelmente na mesma ocasião que Colossenses (60 d.C.) e a enviou a Colossos com os mesmos viajantes, Onésimo e Tíquico. Parece que escreveu as duas cartas na prisão em Roma, embora haja a possibilidade de se tratar de alguma prisão em Éfeso.


Destinatário, antecedentes e propósito
Paulo escreveu a carta a Filemom, crente da cidade de Colossos que, além de muitos outros, era dono de escravos (Cl 4.1). Segundo parece, um dos seus escravos, Onésimo, tinha furtado dele alguma coisa (v.18) e depois fugido, o que devia ser castigado pela pena de morte segundo a lei romana. Onésimo, no entanto, ficou conhecendo Paulo e, mediante o ministério deste, tornou-se cristão (v.10). Agora estava disposto a voltar ao seu dono, e Paulo escreve esse apelo para que Onésimo fosse acolhido como irmão em Cristo (v.16).


Abordagem e estrutura
Para conseguir que Filemom voluntariamente aceitasse Onésimo, Paulo escreve com muita diplomacia e num clima descontraído, o que consegue por meio de um jogo de palavras. O apelo (v.4-21) é organizado segundo o modo preceituado pelos antigos mestres gregos e romanos: gerar empatia (v.4-10), persuadir a mente (v.11-19) e comover as emoções (v.20-21). Não menciona o nome de Onésimo antes de estabelecer uma íntima comunhão (v.10) e o próprio apelo não é declarado senão perto do fim, para efeito de persuasão (v.17).



quarta-feira, 20 de março de 2013

Lição 2 - Epístola aos Coríntios

EPÍSTOLAS AOS CORÍNTIOS
Lição 2

A Cidade de Corinto - Grécia
Nos dias de Paulo, Corinto tinha uma população de 250 mil cidadãos livres e 400 mil escravos.

Sob vários aspectos, era a principal cidade da Grécia:
1.    Comércio. Localizada no istmo de Corinto, era uma encruzilhada para viajantes e comerciantes. Tinha dois portos: (1) Cencréia, 9 Km a leste do golfo Sarônico, e (2) Lecaião, uns 2 km a oeste, no golfo de Corinto. As mercadorias atravessavam o istmo pela Diolco, estrada pela qual navios menores podiam ser arrastados, plenamente carregados, e pela qual as cargas de navios maiores podiam ser transportadas por vagões de um lado para outro. Mercadorias fluíam pela cidade desde a Itália e da Espanha, a oeste, e da Ásia Menor, da Fenícia e do Egito, a leste.
O Dicionário Houaiss (2001) define “istmo”: é uma estreita faixa de terra que liga duas áreas de terra maiores (por exemplo, uma península a um continente ou separando dois mares).












 2.    A cultura. Era caracterizada pela cultura grega. Seus habitantes interessavam-se pela filosofia grega e tinham a sabedoria na mais alta estima.
3.    A religião. Corinto tinha pelo menos 12 templos. Um dos mais importantes era dedicado a Afrodite (deusa do amor), cujos adoradores praticavam prostituição religiosa. Uns 400 metros ao norte do teatro ficava o templo de Asclépio, deus da cura, e no meio da cidade estava localizado o templo de Apolo (VI a.C.). Além disso, os judeus tinham fundado uma sinagoga.
Afrodite

Asclépio

Apolo



templo de Apolo

 4.    A imoralidade. Corinto era um centro de imoralidade pública e irrefreada. A adoração a Afrodite (deusa do amor e da fertilidade) promovia a prostituição em nome da religião. Em certo período, 1000 prostitutas sagradas serviam no seu templo que ficava ao sul de Corinto numa colina chamada Acrocorinto, que se elevava a 152 metros acima da cidade. Essa imoralidade tornou-se tão divulgada, que o verbo grego “corintianizar” veio a significar “praticar imoralidade sexual”. Num ambiente como esse, não é de admirar que a igreja de Corinto estivesse atormentada por numerosos problemas. O fato de ser cidade portuária, contribuía para que umas séries de problemas se estabelecessem. Muitos viajantes que por ali passavam se entregavam à prostituição e à prática de outros delitos. O fato de estarem de passagem criava uma sensação de impunidade, o que de fato se concretizava normalmente. Estes e outros fatores contribuíam para uma corrupção generalizada na cidade.

5.    Cosmopolita. Era uma cidade que abrigava gregos, romanos, sírios, asiáticos, egípcios e judeus. Era só estabelecer uma igreja ali, e a mensagem cristã se espalharia rapidamente por toda parte.

A Igreja em Corinto
A igreja em Corinto foi fundada pelo apóstolo Paulo durante sua 2ª viagem missionária, entre os anos 50 e 52 d.C. Ali, Paulo permaneceu durante dezoito meses (At.18.1-8). A igreja era composta por judeus e gentios. Poucos eram membros de famílias importantes (1.26). A comunidade cristã incluía desde escravos, de um lado, a oficiais do governo em ascensão social (como Erasto, o tesoureiro da cidade, Rm 16.23), de outro.
Muitos desses convertidos tinham uma história de vida pela permissividade do paganismo. Se orgulhavam de sua capacidade intelectual, discutindo temas como: Liberdade e conhecimento.

As Epístolas aos Coríntios
Em nossas bíblias, temos duas epístolas de Paulo aos Coríntios. Entretanto, sabemos que elas seriam pelo menos três. Em 1Co 5.9, Paulo se refere a uma carta anterior, a qual não chegou às nossas mãos. Em 2Co 7.8 existe referência à outra carta que pode ser 1 Coríntios. Alguns comentaristas sugerem que a carta mencionada em 2Co 7.8, seja uma outra epístola. Nesse caso, teríamos quatro epístolas. Trabalhando ainda com hipóteses, sugere-se que essa epístola corresponda aos capítulos 10 a 13 de 2 Coríntios, os quais poderiam ter sido ali agrupados posteriormente.

Temos então o seguinte esquema:
§  1ª carta - desaparecida - existência garantida por 1Co 5.9
§  2ª carta - é a que chamamos 1 Coríntios.
§  3ª carta - desaparecida – existência hipotética.
§  4ª carta – é a que chamamos 2 Coríntios.


A PRIMEIRA EPÍSTOLA DE PAULO AOS CORÍNTIOS

Autor: Paulo (1.1)
Escritor: Sóstenes (1.1)
Data: 56 d.C.
Local: Éfeso (16.8)
Tema: o comportamento do cristão e a santificação progressiva

Principais motivos da carta
Nessa epístola, Paulo não expõe os fundamentos do evangelho, como fez na carta aos Romanos. Afinal, ele já estivera doutrinando os coríntios pessoalmente durante um ano e meio. Paulo escreveu àquela igreja depois de receber uma carta com perguntas dos coríntios (1Co 7.1; 8.1-13) e a visita de pessoas que vieram trazendo más notícias (1.11; 16.17). Os problemas dos coríntios eram muitos.

Na epistola, Paulo abordas cinco das questões trazidas a ele:
§  Divisões dentro da igreja
§  Um caso de incesto;
§  Processos contra membros da igreja;
§  O abuso da “liberdade cristã”;
§  O caos reinante nos cultos da Igreja, inclusive na ceia do Senhor;

Ele também responde a perguntas dos coríntios feitas por escrito:
§  Sobre casamento e vida de solteiro;
§  Sobre a questão da comida consagrada a ídolos e atividades sociais realizadas nos templos pagãos;
§  Se as mulheres deviam, ou não cobrir a cabeça para orar, e o papel que podiam desempenhar nas reuniões públicas.
§  Paulo insistiu que os homens deviam orar e profetizar com a cabeça descoberta, por mais que os gregos e romanos, tivessem o costume de cobrir a cabeça durante um ato de adoração ou sacrifício.
§  A questão de dons espirituais;
§  O fato e o significado da ressurreição.

Aplicabilidade
Essa epístola é oportuna para a igreja de hoje, tanto para instruir quanto para inspirar. A maior parte das perguntas e dos problemas de Corinto tinha diante de si está ainda bem presente conosco, problemas como: imaturidade, instabilidade, divisões, ciúmes e inveja, causas na justiça, dificuldades conjugais, imoralidade sexual e mau uso dos dons espirituais. Mas, apesar de se concentrar em problemas, o livro contém alguns dos capítulos mais conhecidos e amados de toda a Bíblia – o 13 (sobre o amor) e o 15 (sobre ressurreição).

Divisão na igreja (1Co 1.10-4.21)
Logo que Paulo saiu de Corinto, após ter fundado a igreja, Apolo chegou e deu prosseguimento ao trabalho (At 18.24-28). Como disse o apóstolo: "Eu plantei, Apolo regou.." (1Co 3.6). Sua obra foi importante e digna de reconhecimento. Ele era homem eloqüente e conseguiu conquistar a simpatia de muitos coríntios. Ao que parece, os irmãos ficaram impressionados com a pessoa de Apolo e começaram a fazer comparações com Paulo, que talvez não falasse tão bem. (1Co 2.1-5; 2Co 10.10). Muitos chegaram a desprezar o apóstolo Paulo, questionando sua autoridade e seu ministério. (1Co 1.11-14).
Formaram-se então partidos dentro da igreja:
Grupo de Apolo
Apolo era um rabino de Alexandria, intelectual entre os líderes. Esse partido, provavelmente, era composto de intelectuais que se identificaram com Apolo. Seu pecado seria a arrogância do conhecimento, misturado com várias filosofias e a fé cristã, tentação comum que os crentes gregos sofriam. No capítulo 1, quando Paulo diz que a sabedoria do mundo é loucura, poderia estar repreendendo indiretamente esse partido.

Grupo de Cefas (ou Pedro)
Pedro visitou a igreja de Corinto, ou pelo menos, judeus crentes que se tinham tornado membros da mesma. Deu origem ao “grupo de Pedro”, os quais levavam a igreja a praticar normas legalistas. Logo, eram os judaizantes ou legalistas do grupo, muitos dos quais pertenciam ao Judaísmo e aderiam a antigas práticas ritualistas e legalistas. O próprio apóstolo Pedro não teria encorajado tal atitude, da mesma forma como Apolo não apoiava o partido dos “intelectuais”.

Grupo de Paulo
Seu herói era o próprio Paulo. Esse grupo se envolveu com forte oposição ao legalismo e ao intelectualismo; preferiram o evangelho da graça, sem as complicações da cultura judaica ou da cultura grega.

Grupo de Cristo
Faziam objeção ao culto, aos heróis e seus partidários. Acima de todo faziam-se os grandes seguidores de Cristo. Pecavam por exclusivismo, com a ilusão de que eles eram melhores discípulos de Cristo acima de todos os outros.

Quinto grupo
Shamplin sugere um quinto grupo não apresentado no texto bíblico diretamente, mas que se subentende sua presença. Eram os perturbadores da ordem nos cultos, constituído por pessoas orgulhosas espiritualmente por exercerem dons espirituais miraculosos. Estavam sempre preparados com: alguma profecia, alguma língua sobrenatural, exortação, atuavam sem qualquer ordem ou visando edificação. Por este motivo, nos capítulos 11 a 14 o apóstolo fornece instruções que regulamentam os dons espirituais.

Religião e imoralidade (1Co 5.1; 6.15-18; 7.2)
A cultura de Corinto misturava religião e imoralidade. Além disso, a vida passada (6.9-11) de muitos daqueles irmãos constituía um ponto fraco, motivo pelo qual alguns se deixaram levar pelos pecados sexuais. Paulo deixa bem claro que essa mistura não poderia existir dentro da igreja. O padrão de religiosidade da cidade não servia para os cristãos.
O caso mais grave está relatado no capítulo 5: um homem da igreja havia cometido incesto com a sua madrasta. O apóstolo aconselhou que o mesmo fosse expulso da igreja. Em casos assim, muitos poderiam apelar para a tolerância, o amor, etc. Contudo, a impunidade seria um forte incentivo para que outros se deixassem levar por pecados semelhantes. A exclusão precisava ser feita. Posteriormente, o irmão poderia ser readmitido na congregação, como parece ter ocorrido ( 2Co 2).

Processos contra membros da igreja (1Co 6.1-11)
Alguns cristãos coríntios estavam processando seus irmãos na fé, algo que não deveria ser tolerado entre cristãos. Os judeus não recorriam aos tribunais dos não-judeus, não porque esses tribunais fossem corruptos, mas porque seria um reconhecimento da incapacidades de aplicar as próprias leis judaicas. Certamente a comunidade cristã – aquele grupo de coríntios “sábios” –devia ser capaz de resolver disputas internas. Melhor agüentar a injustiça do que arrastar perante o tribunal um irmão na fé.

Questões sobre casamento (1Co 7)
A imoralidade de Corinto acabava por desvalorizar o casamento. Por isso, Paulo lhes dá diversas orientações no sentido de que o casamento fosse visto como uma instituição divina. Embora o apóstolo afirme que é melhor estar solteiro para servir a Deus, ele também deixa claro seu conselho no sentido de que os casados não se separem. O casamento é colocado como um importante antídoto contra a imoralidade.

Religião e alimentação (1Co 8.10; 10.27).
Havia muitos deuses na Grécia, e grande parte da carne à venda nos mercados públicos tinha sido primeiramente oferecida a algum ídolo. No At, algumas ofertas envolviam a queima de certa partes do animal, ao passo que o restante servia de alimento para os sacerdotes. A questão em pauta não era apenas comer a carne, mas também participar de certas atividades sociais com os amigos pagãos, que eram freqüentemente acompanhadas de vergonhosa licenciosidade.
Paulo ressalta que os cristãos mais “fortes” ou maduros que participavam dessas atividades podiam prejudicar o crescimento espiritual dos cristãos novos ou até mesmo levar os que observavam esse comportamento a desviar-se de Cristo. Paulo lembra os cristãos mais fortes que, ao participar de comportamento pecaminoso, não somente pecam diante do Senhor, como também pecam contra seus irmãos em Cristo.

Desordem na igreja: a condição da mulher (1Co 11.2-16)
Por quê será que Paulo foi tão rigoroso em relação às mulheres cristãs? Lembremo-nos de que as mulheres ocupavam lugar de proeminência na religião pagã de Corinto. A principal divindade era uma deusa. As mulheres oficiavam os cultos a Afrodite. Eram 1000 sacerdotisas que se prostituíam no templo. Além disso, as prostitutas proliferavam-se pela cidade. Comentaristas nos informam que, quando uma mulher usava o véu, isso significava que ela estava submissa a um homem, quer seja seu marido, seu pai ou um parente responsável. Quando se via uma mulher sem véu e com o cabelo tosquiado ou mesmo raspado, já se deduzia que a mesma estava totalmente disponível. Essa era a maneira como as prostitutas eram identificadas. Sendo assim, as mulheres cristãs precisavam agir com modéstia, precisavam usar o véu e manter seus cabelos compridos. Nos cultos não lhes seria dado lugar de destaque ou liderança. Não se poderia deixar que o estilo pagão de culto influenciasse a igreja. O uso do véu era importante naquele contexto cultural. Deixar de usá-lo naqueles dias seria motivo de mal testemunho ou escândalo.


Desordem na igreja: ganância na ceia do Senhor (1Co 11.17-34)
Naqueles primeiros tempos, a ceia do Senhor era celebrada durante uma refeição comunitária. Cada um trazia a comida que podia. Mas em Corinto o princípio de amor e compartilhamento havia sido esquecido. Alguns começavam a comer antes dos outros chegarem. E alguns ficavam bêbados enquanto outros passavam fome. Era uma desonra – uma ofensa séria. Paulo teve de lembrá-los das circunstâncias em que a primeira ceia do Senhor foi realizada.
O juízo sobreveio aos coríntios não por falta de auto-exame, mas por se empanturrarem como se aquela ceia não tivesse nenhuma relação com a morte do Senhor. Além disso, eles comiam sem levar em consideração seus companheiros cristãos. Discernir o corpo.

Desordem na igreja: abuso dos dons espirituais (1Co 12-14)
Nas religiões daquele tempo, transes ou fenômeno de falar em línguas estranhas num estado de êxtase revelavam a posição espiritual da pessoa. Portanto, não é de admirar que a igreja cristã em Corinto, à qual Deus deu uma variedade de dons através de seu Espírito Santo (12.4-1), tenha abraçado especialmente os mais espetaculares, entre os quais estava a capacidade de falar em “línguas” desconhecidas.
Paulo não menosprezou esses dons. Mas este não era o mais importante em sua escala de valores, pois a vida da igreja é mais importante do que isso. Há outros dons que os cristãos devem buscar com empenho ainda maior.
Os dons vêm de uma única Fonte, e são dados para o bem de toda a Igreja.
Paulo, escreveu sobre dons do Espírito em 1Co 12-14, também sobre o fruto do Espírito em Gl 5.22-24. O Espírito Santo nos é dado para nos tornar eficazes para Cristo.
Os dons do Espírito nos são dados para serviço, e o fruto do Espírito, para que tenhamos caráter. Precisamos de ambos.
Quais são esse dons espirituais? Paulo menciona aqui:
§  O dom da palavra de sabedoria;
§  O dom do conhecimento
§ 
§  Dons de curar
§  Poder para opera milagres
§  Profecia.
§  Discernimento de espíritos
§  Variedade de Línguas.
§  Interpretação de línguas.

Os dons espirituais não existem para satisfação pessoal, mas, para  edificação da igreja. (1Co 12.7)

Sobre a Ressurreição (1Co 15)
A maioria dos judeus acreditava na ressurreição do corpo,  para os gregos, a alma era imortal, porém era ridícula a idéia de uma ressurreição propriamente dita (At 17.32).
Paulo começa o anúncio do evangelho (1-4) e as evidências da ressurreição de Cristo (5-8). Essa ressurreição é de máxima importância. Com ela a fé cristã fica de pé; sem ela desmorona. Além disso, era um fato bem comprovado. A maioria das pessoas que viu o Senhor ressuscitado ainda estava viva (cerca de 25 anos após o ocorrido).
A ressurreição de Cristo é a garantia de que seus seguidores também serão ressuscitados da morte (12-23). O corpo da ressurreição será melhor que o corpo atual. O corpo antigo era físico, o novo será “espiritual” e imortal (36-49). No final quando Jesus vier para reinar, a própria morte será derrotada (24-28).


SEGUNDA EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS
Ao escrever a primeira epístola, Paulo se encontrava em Éfeso. Ali ocorreu grande tumulto porque os comerciantes de imagens estavam perdendo seus lucros após as pregações de Paulo. Diante da perseguição, o apóstolo vai para Trôade. Por esse tempo, ele se sentia angustiado pela expectativa em relação à igreja de Corinto. Eram "combates por fora e temores por dentro". Paulo aguardava a chegada de Tito. De Trôade, Paulo vai à Macedônia. Pouco depois, Tito chega com notícias de Corinto. (At 19.30 a 20.1  2Co 2.12-13; 7.5-10,13).
De acordo com as informações de Tito, a epístola enviada recentemente, havia provocado tristeza e arrependimento em alguns e rebeldia em outros. O pecador de 1Co 5, estava arrependido e acerca dele Paulo dá instruções em 2 Co 2 para que a igreja o receba e o perdoe.
Autor: Paulo (e Timóteo)
Data: 57 d.C.
Local: Macedônia
Tema: Defesa do apostolado de Paulo

Propósitos
A igreja de Corinto tinha sido infiltrada por falsos mestres que desafiavam tanto a integridade pessoal de Paulo quanto a autoridade apostólica. Como tinha avisado que haveria uma mudança no seu itinerário, resultando isso no fato de que faria aos coríntios uma só visita (prolongada) em vez de duas (curtas), esses adversários estavam declarando que a palavra dele não merecia crédito. Diziam também que não era apóstolo genuíno e que embolsava o dinheiro que tinham arrecadado para os crentes empobrecidos de Jerusalém. Paulo pede que os coríntios reflitam sobre o fato de que sua vida no meio deles foi sempre honrosa e que sua mensagem de salvação, transformadora de vidas, era verdadeira. Chama-os a preparar-se para sua visita, concluindo a coleta que tinham iniciado um ano antes e lidando com os perturbadores no meio deles.

Estrutura
A estrutura da epístola relaciona-se sobretudo à planejada terceira visita de Paulo a Corinto. A carta divide-se com naturalidade em três seções:
1.    Paulo explica a razão da mudança de itinerário (1-7)
2.    Incentiva os coríntios a finalizarem a coleta antes da chegada dele (8-9)
3.    Ressalta a certeza da sua chegada, sua genuinidade apostólica e sua disposição de exercer disciplina como apóstolo, se necessário fosse. (10-13).


Referencias

Manual Bíblico de Halley – Editora Vida
Bíblia de Estudo NVI
Manual Bíblico da Sociedade Bíblica do Brasil