segunda-feira, 25 de março de 2013

Lição 3 - Fp, Cl, 1e2Ts, 1e2Tm, Tt e Fm

Epístola aos Filipenses

Autor, data e lugar da escrita
A igreja primitiva era unânime no testemunho de que Filipenses fora escrita pelo apóstolo Paulo (1.1). A própria carta revela sinais de autenticidade, pois as inúmeras referências pessoais ao autor estão de acordo com o que conhecemos a respeito dele nos demais livros do NT.
A carta foi escrita por Paulo na prisão (1.13-14). Alguns estudiosos crêem que essa prisão ocorreu em Éfeso, 53-55 d.C.; outros o situam em Cesaréia, 57-59 d.C. Porém, a melhor evidência, é que a escreveu quando esteve preso em Roma, 61 d.C. Atos 28.14-31 relata bem o que aconteceu nesse período. Paulo esteve em prisão domiciliar, por dois anos, tendo liberdade para compartilhar sua fé através de cartas, bem como receber visita de amigos.

Propósitos
Paulo escreve a epístola com o intuito de agradecer aos filipenses a oferta enviada, por motivo de sua detenção (1.5; 4.10-19). Na sequência trata assuntos, como:
(1) descrição das circunstâncias em que estava vivendo (1.12-26; 4.10-19);
(2) encorajamento dos filipenses a se manterem firmes diante da perseguição e a se alegrar apesar das circunstâncias (1.27-30; 4.4).
(3) Exortação à humildade e à unidade (2.1-11; 4.2-5).
(4) Recomendar Timóteo e Epafrodito à igreja de Filipos (2.19-30) e
(5) Advertir os filipenses contra os judaizantes (legalistas) e os antinomistas (libertinos) entre eles. (cap.3).

Destinatários
A cidade de Filipos foi assim chamada em homenagem ao rei Filipe II da Macedônia, pai de Alexandre Magno. Era uma colônia romana próspera, e isso significava que os cidadãos eram também cidadãos de Roma. Tinham orgulho de ser romanos (At 16.21), vestiam-se como romanos e muitas vezes falavam latim. Paulo, sem dúvida, neste contexto se referiu à cidadania celestial dos cristãos (3.20,21). Muitos dos filipenses eram militares aposentados que tinham recebido doações oficiais de terras na região e, por sua vez, serviam de presença militar nesta cidade da fronteira. O fato de Filipos ser colônia romana talvez explique por que não havia judeus ali suficientes para a criação de uma sinagoga e também porque Paulo não cita o AT na carta.

Características
1.    Não contém nenhuma citação do AT
2.    É uma carta missionária de agradecimentos, em que Paulo presta um relatório do seu trabalho.
3.    Defende vigorosamente idéias de viver cristão: humildade (2.1-4); prosseguimento para o alvo (3.13,14); falta de ansiedade (4.6); capacidade para fazer todas as coisas (4.13).
4.    Destaca-se como carta da alegria do NT; a palavra “alegria” aparece 16 vezes no texto.
5.    Contém um dos trechos cristológicos mais profundos do NT (2.5-11).
Epístola aos Colossenses

Autor, data e lugar de composição
A igreja primitiva autentica a autoria de Paulo. No séc. XIX, no entanto, alguns pensaram que a heresia refutada no cap. 2 era o gnosticismo do séc. II d.C. Porém, numa análise cuidadosa do cap. 2, observa-se que a heresia ali referida é menos desenvolvida que o gnosticismo dos mestres gnósticos principais do séculos II e III. Em consequência, não podemos datar Colossenses no século II, período tardio demais para que Paulo tenha escrito a carta. Pelo contrário, a carta deve ser datada durante a primeira prisão de Paulo em Roma (At 28.16-31).
Alguns defendem a idéia que o apóstolo escreveu a epístola quando estava aprisionado em Éfeso ou Cesaréia, porém a maior parte  das evidências favorece Roma como lugar em que ele teria escrito todas as “cartas da prisão” (Efésios, Filipenses, 2 Timóteo e Filemon). Colossenses deve ser datada em 60 d.C., no mesmo ano que Efésios e Filemon.


Colossos: a cidade e a igreja
Alguns séculos antes da missão de Paulo, Colossos tinha sido uma cidade importante na Ásia Menor (atual Turquia). Localizava-se no rio Lico e na grande rota comercial entre o leste e o oeste, que ia desde Éfeso, no mar Egeu, até o rio Eufrates. Já no séc. I d.C., Colossos tinha-se reduzido a uma cidade comercial de segunda categoria, superada pelas cidades vizinhas de Laodicéia e Hierápolis (4.13).
O que deu importância a Colossos no NT, no entanto, foi o fato de que, nos três anos de ministério de Paulo em Éfeso, Epafras tinha sido convertido e levara o evangelho à cidade (1.7-8; At 19.10). A igreja que daí surgiu passou a ser alvo de ataques heréticos, o que levou à visita de Epafras a Paulo em Roma, e à redação da epístola aos colossenses.

A Heresia colossense
Paulo não declara expressamente o falso ensino a que se opõe na carta aos colossenses. A natureza da heresia deve ser inferida das declarações que fez em oposição aos falso mestres. Uma análise de sua refutação leva a crer que a heresia era diversificada em sua natureza. Alguns dos elementos desses ensinos eram:
1.    Cerimonialimo: mantinha regras severas a respeito dos tipos permissíveis de comida e bebida, das festa religiosas (2.16-17) e da circuncisão (2.11; 3.11).
2.    Ascetismo. “Não manuseie!” “Não prove!” “Não toque” (2.21 e 23).
3.    Adoração a anjos (2.18).
4.    Depreciação de Cristo. Subentendia na maneira de Paulo ressaltar a supremacia de Cristo. (1.15-20; 2.2-3,9).
5.    Conhecimentos secretos. Os gnósticos gloriavam-se disso (2.18 e o realce que em 2.2-3 Paulo dispensa a Cristo: “ e em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento”).
6.    Dependência da sabedoria e da tradição humana. (2.4,8).

Esses elementos parecem classificar-se em duas categorias: judaica e gnóstica. É provável, portanto, que a heresia colossense fosse uma mistura de uma forma extrema do judaísmo e de uma etapa inicial do gnosticismo.



Propósito e tema
O propósito de Paulo é refutar a heresia colossense. Para alcançar esse alvo, exalta Cristo como a própria imagem de Deus (1.15), Criador (1.16), sustentador preexistente de todas as coisas (1.17), cabeça da igreja (1.18), primeiro a ser ressuscitado (1.18), plenitude da deidade em forma corpórea (1.19; 2.9) e reconciliador (1.20-22). Cristo, portanto é totalmente satisfatório. Recebemos a plenitude em Cristo (2.10). Em contrapartida, a heresia colossense era totalmente insatisfatória. Era uma filosofia vazia e enganadora (2.8), sem a mínima capacidade de refrear a antiga natureza pecaminosa (2.23).
O tema de colossenses é a total suficiência de Cristo, em oposição ao vazio da mera filosofia humana.



1 Epístola aos Tessalonicenses


Antecedentes das cartas aos tessalonicenses
É proveitoso traçar a localização de Paulo e de seus companheiros no que diz respeito à correspondência  com os tessalonicenses. As viagens em questão são as seguintes:
1.    Paulo e Silas fugiram de Tessalônica para Beréia (At 17.10). Como Timóteo não é mencionado, é possível que tenha continuado em Tessalônica ou voltado a Filipos, depois reencontrando-se com Paulo e Silas em Beréia (At. 17.14).
2.    Paulo fugiu da perseguição em Beréia  e foi para Atenas, deixando Silas e Timóteo. (At 17.14).
3.    Paulo mandou instruções de volta, para que Silas  Timóteo fossem até ele em Atenas (At 17.15).
4.    Timóteo reencontrou-se com Paulo em Atenas e foi mandado de volta a Tessalônica (3.1-15). Como Silas não é mencionado, acredita-se que tenha voltado a Filipos quando Timóteo foi até Tessalônica.
5.    Paulo seguiu em direção a Corinto (At 18.1)
6.    Silas e Timóteo chegaram até Paulo em Cortino (3.6; At 18.5).
7.    Paulo escreveu 1Tessalonicenses e enviou à igreja.
8.    Cerca de seis meses mais tarde (51-52 d.C.) enviou 2 Tessalonicenses, depois de ter recebido mais informações a respeito da igreja ali.


Autor, data e lugar de composição
Existem várias provas (1.1; 2.18) de que Paulo tenha escrito 1 Tessalonicenses em Corinto. Os escritores da igreja primitiva concordam entre si quanto a isso, havendo testemunhos escritos nesse sentido a partir de 140 d.C.. As características conhecidas de Paulo ficam evidenciadas na epístola (3.1-2,8-11 comp. Com At 15.36; 2Co 11.28). Alusões históricas no livro condizem com a vida de Paulo relatada em Atos e nas sua cartas (2.14-16 comp. At 17.5-10; 3.6 comp. Com At 17.16). Diante de tantas evidências, poucos chegaram a rejeitar sua autoria.
É geralmente datada em 51. D.C. Uma confirmação disso foi achada em Delfos, na Grécia, que data o proconsulado de Gálio (51-52) e assim coloca na mesma data a presença de Paulo em Cortino (At 18.12-17).


Tessalônica: a cidade e a igreja
Era uma cidade portuária muito movimentada na extremidade interior do golfo Termaico. Era um centro importante para as comunicações e o comércio, localizado na junção entre a grande Via Egnácia e a estrada que levava ao Danúbio, no norte. Sua população totalizava cerca de 200 mil pessoas, sendo assim a maior cidade da Macedônia. Era capital da província.




A situação histórica da igreja de Tessalônica acha-se em At 17.1-9. Como Paulo começou o ministério ali na sinagoga, é razoável supor que na nova igreja houvesse alguns judeus. Entretanto 1.9-10; At 17.4 parecem mostrar que a igreja era composta na maior parte de gentios.

Propósitos
Paulo tinha saído rapidamente de Tessalônica (17.5-10) após uma permanência breve. Os convertidos recentes do paganismo (1.9) ficaram, portanto,  com pouco apoio externo em meio à perseguição. O propósito de Paulo ao escrever a epístola era incentivar os novos convertidos nas provações (3.3-5), dar-lhes instrução a respeito do viver piedoso (4.1-8), conclamar alguns a não negligenciar o serviço diário (4.11-12) e oferecer certeza a respeito do futuro dos cristãos que morrem antes da volta de Cristo.

Tema
Embora existam vários propósitos na epístola, a escatologia (doutrina das últimas coisas), parece predominar nas duas epístolas aos tessalonicenses. Cada capítulo de Tessalonicenses termina com uma referência à segunda vinda de Cristo, dando o cap. 4 mais atenção ao assunto (1.9-10; 2.19-20; 3.13; 4.13-18; 5.23,24). A segunda vinda, portanto, parece permear a carta e, em certo sentido, pode ser considerada seu tema. As duas são muitas vezes denominadas de “epístolas escatológicas” de Paulo.


2 Epístola aos Tessalonicenses

Autor, data e lugar de composição
A autoria paulina de 2 Tessalonicenses tem sido mais colocada em dúvida do que a da primeira epístola. As objeções baseiam-se em fatores internos mais que em alguma insuficiência das declarações dos pais da igreja. Pensa-se que há diferenças no vocabulário (dez palavras não empregadas em nenhum outro lugar), no estilo (bastante formal) e na escatologia (a doutrina do “homem da iniqüidade” não é ensinada em nenhum outra parte). No entanto, uma maioria de estudiosos sustenta a autoria paulina da epístola.
Por causa da semelhança com 1 Tessalonicenses deve ter sido escrita pouco tempo (talvez 6 meses) após a primeira carta. A situação da igreja parecia então bem semelhante. É provável que Paulo a tenha escrito (1.1; 3.17) em 51-52 d.C. em Corinto depois de Silas e Timóteo terem voltado da entrega de 1 Tessalonicenses.

Propósito
Como a situação da igreja em Tessalônica não tinha experimentado mudança considerável, o propósito de Paulo ao escrever é bem semelhante ao propósito que tinha na primeira carta à igreja. Escreve:
1.    Para encorajar os crente perseguidos (1.4-20);
2.    Para exortar os tessalonicenses a ficar firmes e a trabalhar pelo sustento próprio (2.13-3.15) e
3.    Para corrigir um entendimento errôneo com respeito à segunda vinda do Senhor (2.1-12).

Tema
Assim como 1 Tessalonicenses, essa carta trata em grande medida da escatologia. Na realidade, em 2 Tessalonicenses, 18 de 47 versículos (38%) tratam do assunto.



1 Carta à Timóteo

Tanto na tradição da igreja primitiva quanto as saudações nas próprias cartas pastorais confirmam Paulo como autor. Algumas objeções têm sido feitas em anos recentes, com base no vocabulário e no e estilo que, não seriam próprios de Paulo, mas ainda há provas convincentes da autoria paulina.


Antecedentes e propósitos
Durante a quarta viagem missionária, Paulo dera ordens a Timóteo para que cuidasse da igreja de Éfeso (1.3) enquanto o próprio Paulo seguiria viagem à Macedônia. Quando tomou consciência de que talvez não voltasse a Éfeso no futuro próximo (3.14,15), escreveu essa primeira carta a Timóteo para explicar com maiores detalhes a incumbência que dera ao jovem assistente (1.13,18) de refutar os falsos ensinos (1.3-7; 4.1-8; 6.3-5,20-21) e supervisionar os assuntos da igreja de Éfeso, que estava em estado de desenvolvimento: o culto na igreja (2.1-15) e a nomeação de líderes eclesiásticos qualificados (3.1-13; 5.17-25).
Um problema de vulto na igreja de Éfeso era uma heresia que combinava entre si o gnosticismo (2148), o judaísmo decadente (1.3-7) e o falso ascetismo (4.1-5).


Data
1 Timóteo foi escrita algum tempo depois dos acontecimentos de At 28 (63-65), pelo menos oito anos após a permanência de Paulo em Éfeso, por três anos. (At 19.8,10; 20.31).


Destinatários
Como mostra a saudação (1.2), Paulo está escrevendo a Timóteo, natural de Listra (atual Turquia). O pai de Timóteo era grego, ao passo que a mãe era uma judia cristã (At 16.1). Desde a infância, Timóteo era instruído no AT (2Tm 1.5; 3.15). Paulo o chamava “meu verdadeiro filho na fé” (1.2), tendo-o levado a Cristo, talvez, durante a primeira visita a Listra. Na ocasião da segunda visita, Paulo convidou Timóteo para acompanhá-lo nas viagens missionárias e o circuncidou para que a ascendência grega não fosse empecilho no trabalho entre os judeus (At 16.3). Timóteo compartilhou da evangelização da Macedônia e da Acaia (At 17.14-15; 18.5), permanecendo com Paulo boa parte do longo ministério de pregação em Éfeso (At 19.22). Viajou com Paulo de Éfeso até a Mecedônia, depois a Corinto, de volta à Macedônia e depois à Ásia Menor (At 20.1-6). Parece até mesmo ter acompanhado Paulo na viagem a Jerusalém. Esteve com Paulo durante a primeira prisão do apóstolo. (Fp 1.1; Cl 1.1; Fm 1).
Após a soltura de Paulo (após relato de At 28), Timóteo voltou a viajar com ele, mas acabou ficando em Éfeso para lidar com problemas ali, e Paulo continuou viagem até a Macedônia. Percebe-se a intimidade que Paulo tinha com Timóteo e a admiração por ele quando Paulo o inclui como um dos remetentes de seis das suas cartas (2Co, Fp, Cl, 1e2Ts e Fm) e quando se refere a ele com elogios diante dos filipenses (Fp 2.91-22).No fim da vida de Paulo, pediu que Timóteo fosse encontrar-se com ele em Roma (2Tm 4.9,21). Segundo Hb 13.23, o próprio Timóteo foi preso e posteriormente solto não se sabe se em Roma ou em outro lugar.
Timóteo na era apóstolo, e provavelmente não era bispo, tendo em vista que recebeu instruções a respeito dos bispos (3.1-7; 5.17-22). Talvez seja melhor considerá-lo representante apostólico, delegado para levar adiante uma tarefa especial (Tt 1.5).


2 Carta à Timóteo


Autor, data e antecedentes
Depois que foi liberto da prisão em Roma em 62-63 d.C. (At 28) e depois da quarta viagem missionária, durante a qual escreveu 1 Timóteo e Tito, Paulo voltou a ser preso no reinado do Imperador Nero, 66-67 d.C. Foi durante esse tempo que escreveu 2 Timóteo. Ao contrário de seu primeiro encarceramento, em que morava numa casa alugada (At 28.30), agora padecia, agora padecia numa masmorra fria (4.13), acorrentado como um criminoso comum (1.16; 2.9). Seus próprios amigos tiveram dificuldade de descobrir onde estava detido (1.17). Paulo sabia que sua obra tinha sido concluída e que sua vida estava quase no fim (4.6-8).


Motivos para escrever
Paulo tinha três razões para escrever a Timóteo nessa ocasião:
1.    Sentia-se solitário. Figelo, Hermógenes, “todos da Província da Ásia (1.15), e Demas (4.10) o tinham abandonado. Crescente, Tito e Tíquico tinham viajado (4.10-12), e somente Lucas estava com ele (4.11). Paulo desejava muito que Timóteo fosse também ficar com ele. Timóteo era seu “cooperador” (Rm 16.21), que, “como um filho ao lado de seu pai”, tinha servido em estreita cooperação com Paulo (Fp 2.22; 1Co 4.17). A respeito dele, Paulo pôde dizer: “Não tenho ninguém como ele” (Fp 2.20). Paulo ansiava por Timóteo (1.4) e duas vezes lhe pediu para vir logo a seu encontro (4.9,21).
2.    Paulo estava preocupado com o bem-estar das igrejas nesse período de perseguição sob o reinado de Nero e admoesta Timóteo a guardar o evangelho (1.14), a perseverar nele (3.14), a continuar pregando-o (4.2) e, se necessário fosse, a sofrer por ele (1.8; 2.3).
3.    Queria escrever à igreja de Éfeso por meio de Timóteo.



Carta à Tito

Autor
O autor é Paulo.

Destinatário
A carta é endereçada a Tito, um dos convertidos de Paulo (1.4) e excelente ajudador em seu ministério.Quando Paulo partiu para Antioquia para debater o seu evangelho (2Tm 2.8) com os líderes de Jerusalém, levou Tito consigo (Gl 2.1-3); a aceitação de Tito (um gentio) como cristão sem ser circuncidado vindicou a tomada de posição de Paulo ali (Gl 2.3-5). Supõe-se que Tito, que não é mencionado em AT (embora o seja 13 vezes no restante do NT), trabalhava com Paulo em Éfeso durante a terceira viagem missonária. Dali, o apóstolo o enviou a Corinto para ajudar aquela igreja em sua obra .
Depois de Paulo ser solto de seu primeiro aprisionamento em Roma (At 28), ele e Tito trabalharam por um breve período em Creta (1.5), e em seguida ele comissionou Tito para permanecer ali como representante e completar alguns trabalhos necessários (1.5; 2.15; 3.12-13). Paulo pediu que Tito se encontrasse com ele em Nicópolis (no litoral oeste da Grécia) depois de chegar a Creta um substituo na obra (3.12). Posteriormente, Tito foi em missão à Dalmácia (região da antiga Iugoslávia, atual Eslovênia, Croácia e Bósnia, e essas são as últimas notícias que temos a respeito dele no NT. Considerando as tarefas a ele destinadas, era um líder de inegável capacidade e com muitos recursos.


Creta
Creta, a quarta maior ilha do Mediterrâneo, fica diretamente ao sul do mar Egeu. (experiências de Paulo ali  ver At 27.7-13). Nos tempos do NT, a vida em Creta tinha-se degradado, chegando a um nível moral deplorável. A desonestidade, a glutonaria e a preguiça dos seus habitantes eram conhecidas de muitos (1.12).


Ocasião e propósito
Segundo parece, Paulo introduziu o cristianismo em Creta quando ele e Tito visitaram a ilha; depois disso, deixou Tito ali para organizar os convertidos. Paulo enviou a carta junto com Zenas e Apolo, numa viagem que incluía Creta no itinerário (3.13), a fim de dar a Tito autorização e orientação para enfrentar a oposição (1.5; 2.1,7,8,15; 3.9), instruções a respeito0 da fé e da conduta e advertências a respeito dos falsos mestres. Paulo também informou Tito a respeito dos seus planos futuros para ele (3.12).


Lugar e data da composição
É possível que Paulo tenha escrito a carta na Macedônia, pois ainda não chegara a Nicópolis (3.12). Acarta foi escrita após sua soltura do primeiro encarceramento em Roma (At 28), provavelmente entre 63 e 65 d.C. – ou talvez em data posterior, caso tivesse escrito após sua presumida viagem à Espanha.




Características próprias da carta
De relevância especial, considerando a natureza da heresia cretense, são os reiterados realces à questão de “fazer boas obras” (1.16; 2.7,14; 3.1,8,14) e os resumos clássicos da doutrina cristã (2.11-14; 3.4-7).



Carta à Filemom

Autor, data e lugar de composição
Foi Paulo quem escreveu essa pequena carta (vs. 1,9,19), provavelmente na mesma ocasião que Colossenses (60 d.C.) e a enviou a Colossos com os mesmos viajantes, Onésimo e Tíquico. Parece que escreveu as duas cartas na prisão em Roma, embora haja a possibilidade de se tratar de alguma prisão em Éfeso.


Destinatário, antecedentes e propósito
Paulo escreveu a carta a Filemom, crente da cidade de Colossos que, além de muitos outros, era dono de escravos (Cl 4.1). Segundo parece, um dos seus escravos, Onésimo, tinha furtado dele alguma coisa (v.18) e depois fugido, o que devia ser castigado pela pena de morte segundo a lei romana. Onésimo, no entanto, ficou conhecendo Paulo e, mediante o ministério deste, tornou-se cristão (v.10). Agora estava disposto a voltar ao seu dono, e Paulo escreve esse apelo para que Onésimo fosse acolhido como irmão em Cristo (v.16).


Abordagem e estrutura
Para conseguir que Filemom voluntariamente aceitasse Onésimo, Paulo escreve com muita diplomacia e num clima descontraído, o que consegue por meio de um jogo de palavras. O apelo (v.4-21) é organizado segundo o modo preceituado pelos antigos mestres gregos e romanos: gerar empatia (v.4-10), persuadir a mente (v.11-19) e comover as emoções (v.20-21). Não menciona o nome de Onésimo antes de estabelecer uma íntima comunhão (v.10) e o próprio apelo não é declarado senão perto do fim, para efeito de persuasão (v.17).



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